Mais um Pinóquio!

Cartoon de Paulo Serra

Devolver todo o tempo de serviço aos professores num prazo de cinco anos, começando ainda em 2024, era promessa eleitoral do PSD e compromisso do ministro recém-empossado. Pareciam favas contadas, mas a manobra de virar o bico ao prego já começou, com o ministro das Finanças, o proverbial mau da fita em todos os governos, a remeter o início da devolução para 2025.

Contudo, o adiamento agora anunciado por Miranda Sarmento está longe de ser uma inevitabilidade. Com o compromisso do PS aprovar um orçamento suplementar para acomodar, se necessário, a satisfação das justas reivindicações dos professores e outras classes profissionais da administração pública, só não se faz se o Governo não quiser. Parece que não quer…

Quem anda atento aos sinais dos tempos já percebeu que o novo governo está mais interessado em oferecer borlas fiscais aos bancos e aos grandes grupos económicos do que em valorizar as carreiras e os salários da administração pública. E, como é evidente, o dinheiro não chega para tudo. Mas uma coisa é fazer opções políticas e assumi-las, de preferência antes, e não depois, de ir a votos. Outra coisa é mentir ao povo: no caso dos professores, a promessa de devolver todo o tempo de serviço, à razão de 20% ao ano, só será cumprida dentro da legislatura se a primeira tranche vier ainda em 2024.

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