Na passada quinta-feira, no final do conselho de ministros, o Governo anunciou a intenção de reforçar o quadro criminal de agressões e ofensas contra vários grupos de profissionais públicos, entre eles os professores, que continuam expostos a actos de violência da parte de alunos e encarregados de educação.
Ora aqui têm, neste caso de uma barbaridade revoltante, uma boa oportunidade de passar da intenção à acção…
A notícia avançada pelo Correio da Manhã, refere que os agressores terão sido os pais de uma criança, que foram chamados à escola devido aos “conflitos que o menino causava”.
Segundo a mesma fonte, a educadora de infância foi agredida com violência, com murros, chapadas e puxões de cabelos, tendo sido transportada pelo INEM para tratamento hospitalar. Um pai que estava próximo ainda tentou acabar com as agressões, mas também acabou por ser agredido. A situação só ficou mais calma, quando passou no local um homem de trotinete que agiu e conseguiu serenar os ânimos.
O CM dá conta que a GNR registou a ocorrência e ouviu os agressores. Foram identificadas sete pessoas envolvidas nas agressões, “bem como apreendidos um ferro e uma chave de rodas que terão sido usados para agredir a educadora”.
Uma agressão selvagem, ignóbil e revoltante, percebendo-se nas entrelinhas que a notícia omite provavelmente alguns pormenores politicamente incorrectos deste ataque em matilha. Sublinhe-se: não se sabendo o que terá motivado as agressões, NADA, absolutamente NADA do possam ser as reais ou supostas razões de queixa destes pais justifica o que fizeram.
Uma agressão a um profissional de Educação não vitima apenas a pessoa agredida; é também um ataque a todos os que diariamente trabalham nas escolas, onde estão para educar e não para serem saco de pancada de frustrações alheias. Ameaça a segurança e a qualidade da escola pública, que deve proporcionar um ambiente seguro a todos os que nela estudam e trabalham – e é já hoje um dos principais factores que leva alguns pais a optar pelo ensino privado. Ora a defesa da escola pública e dos seus profissionais é um dever do respectivo ministério, que nestes casos deveria tomar a iniciativa de perseguir na justiça, até às últimas instâncias, os criminosos. A única forma, infelizmente, de quebrar o sentimento de impunidade que se instala insidiosamente nalguns sectores da sociedade.
Sim, estou a propor que o agora designado MECI use os seus meios jurídicos e disciplinares em defesa dos profissionais de Educação e não contra eles, como se parece ter tornado moda durante o último governo socialista. Pois, noutro tipo de situações, sabem eles mexer-se bem…
Inspeção-geral da Educação abre inquérito por maus-tratos a escola de Viseu
Em causa estão alegados maus-tratos a crianças com necessidades educativas especiais, praticados tanto por parte de professores como de outros alunos redução do acompanhamento escolar, segregação e falta de vigilância na escola