Na aula de História o aluno começou a insinuar-se, nomeadamente a nível sexual à colega da turma que está sentada atrás dele, proferindo as seguintes palavras: “Faz-me sexo oral”.
Por vezes faz comentários obscenos à colega e não permite que os colegas se aproximem dela. Chegou mesmo a atirar um colega ao chão só porque este se aproximou da colega para conversar.
Seguia [a colega] nos intervalos, dirigia-lhe comentários que a intimidavam e que, manifestamente, são do seu desagrado: ““vou-te violar”.
Os alunos da turma começaram a dizer para ele se calar. Não gostando da reação dos seus colegas ameaçou a turma dizendo “Meto-vos um pau no rabo”.
Quando estava a sair da sala ameaçou verbalmente a professora, proferindo as seguintes palavras “Dou-lhe um estalo”.
O testemunho surge, em forma de denúncia, no VozProf, de onde retirei os excertos supracitados.
Estes casos, a que os responsáveis continuam a não dar a devida atenção, podem ser profundamente perturbadores, disruptivos e traumatizantes para alunos e professores. Seguindo o exemplo do banqueiro do regime a quem “atribuíram Alzheimer”, também um número crescente dos nossos alunos vai vendo os seus comportamentos violentos e desordeiros sendo desculpados por razões médicas. Nos últimos anos, então, o “espectro do autismo” vai justificando cada vez mais atitudes que, independentemente das patologias que lhes possam estar associadas, revelam, à vista desarmada, uma alarmante negligência ao nível da educação que trazem de casa.
Diga-se o que se disser, a verdade é que nenhum professor tem de ser obrigado a suportar insultos, ameaças ou outros destemperos no exercício da sua profissão. Tal como nenhum aluno tem de aguentar empurrões, agressões ou ameaças à sua integridade física da parte de um colega que não se sabe comportar. Os simplesmente percebeu que pode, sem consequências, fazer o que lhe apetece. Por muitos direitos que tenha a criança ou o adolescente perturbado, eles não são superiores nem se sobrepõem aos direitos dos restantes elementos da comunidade escolar.
Quando se sinaliza uma doença ou perturbação mental como causa de comportamentos violentos, isto não pode nunca funcionar como uma desculpa para que se tolere o intolerável, muito menos para que se faça da escola pública manicómio ou de quem lá anda saco de pancada: se o aluno está doente, deve ser tratado e controlado nos seus sintomas, de forma a que possa socializar sem constituir perigo para os outros e, nalguns casos, para si próprio.
Enquanto se permitir que haja psicopatas, sociopatas ou meros delinquentes com reais ou alegadas perturbações mentais à solta nas escolas, a questão tem de colocar-se de forma muito simples: o direito à educação de um não pode impedir que 20 ou 25 usufruam desse direito. E nenhum professor tem de ser obrigado a trabalhar em condições que ponham em causa a sua saúde ou a sua segurança.
Pondo a questão em termos propositadamente simplistas, para que todos entendam: na escola não pode haver lugar para malucos perigosos. E se aos bem-pensantes politicamente correctos deste país incomodam estes plebeísmos, então é muito simples: diagnostiquem e tratem devidamente os malucos, para que deixem de o ser. Em vez de tanta preocupação hipócrita com a “saúde mental”, de tanto projecto e conversa da treta em torno de terapias de grupo, apoios tutoriais, ubuntus e mentorias nas escolas, concentrem e reforcem recursos para tratar e acompanhar quem realmente precisa. Os primeiros candidatos são, precisamente, estes alunos violentos e inadaptados que nos vão surgindo nas escolas.
Se gostou de ler, partilhe...
Gostar disto:
Gosto Carregando...