Nem só os professores portugueses têm razões de queixa de quem os tutela. Um pouco por toda a parte vão surgindo protestos da classe contra os baixos salários, a instabilidade profissional, as carreiras longas e desmotivadoras, as colocações longe de casa, os excessos nos horários e no tamanho das turmas, as más condições de trabalho. Em Cabo Verde, há até queixas relativas a atrasos de ano no pagamento de salários e outras compensações remuneratórias. E, num país insular, as colocações trazem problemas acrescidos
Inconformados com as injustiças e o desrespeito pelos seus direitos, os colegas caboverdianos ameaçam intensificar a luta colectiva. E o dia de ontem, em que se celebra, em Cabo Verde, a profissão docente, foi pretexto para greves e manifestações de protesto, que ameaçam continuar se a contestação docente não for atendida pelo Governo. É a velha história: nem sempre se alcança, lutando, tudo o que se quer; mas os que não lutam, esses perdem sempre.
Os professores de Cabo Verde “não têm razão para estar em festa”, acrescentou.
Em causa está o pagamento de subsídios relacionados com a carga horária, uma pendência que remonta a 2018, e reajustes salariais, entre outras reivindicações.
A contestação já dura há vários meses e há avaliações do primeiro período letivo que continuam congeladas.
O Governo enfrenta ainda a contestação de um grupo de 250 professores que começaram a trabalhar este ano, mas que têm recebido salários com atraso, vivendo com dificuldades nas ilhas para onde foram deslocados, devido a problemas burocráticos.
Os professores caboverdianos ganham muito mal e ensinam turmas com um número enorme de alunos. Muitos têm de se dedicar a outras actividades como pesca ou agricultura. Têm toda a razão.
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