Formar mais e melhores professores, proporcionando-lhes melhores salários, carreiras e condições de trabalho para resolver a carência destes profissionais?
Nada disso, que solução mais à século XIX!… No novo mundo digital, é na inteligência artificial que os decisores políticos e empresariais começam a apostar as suas fichas, e basta ver o investimento colossal que se está a fazer nesta área e os progressos evidentes que vão surgindo em aplicações de uso quotidiano para perceber que a aplicação da IA na Educação será ou já é! – uma tentação irresistível.
A ideia é embaratecer o custo da Educação, confiando parte da complexa tarefa de ensinar a programas de computador capazes de se adequar ao ritmo e às necessidades de cada aluno, dispensando assim a omnipresença dos professores, que são o principal recurso, mas também a maior despesa, na generalidade dos sistemas educativos.
Sobre a eficácia das soluções em desenvolvimento ainda é cedo para falar, mas o proverbial à-vontade de crianças e jovens com as novas tecnologias levam muitos a supor que as aulas dadas destes professores virtuais serão menos secantes do que as dos mestres de carne e osso. Resta saber se os alunos aprenderão alguma coisa, ou servirão apenas para mantê-los entretidos.
A seguir com atenção o que tudo isto irá dar…
A 21st Century Digital Teaching (21C), empresa de Inteligência Artificial (IA), está a desenvolver soluções para resolver a escassez crónica de professores no Reino Unido e em toda a Europa, revolucionando a forma como os alunos aprendem matemática e outras disciplinas importantes.
A 21C criou uma app de ensino digital e uma plataforma de aprendizagem para escolas que reduz bastante o número de professores necessários, digitalizando-os e convertendo-os em avatares na app, permitindo que as aulas prossigam quando houver falta de professores.
Os fundadores disseram que também oferece uma nova maneira de fazer os trabalhos de casa, pois é mais interactiva e permite que os professores acompanhem mais facilmente o progresso dos alunos através de ferramentas analíticas inteligentes.
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Parece-me que a professora da imagem está muito despida, de tudo…
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Professora?…
Quem lhe diz a si, cara colega, que a maquineta é do género feminino?…
Eu olho para o boneco e vejo uma coisa de género indefinido, à qual cada um pode atribuir os pronomes que entender. Mais inclusivo não há!
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Mas sim, às máquinas de ensinar faltará sempre algo que só a presença e a inteligência humana poderão proporcionar.
A memória é curta, e parece que já todos de esqueceram da desgraça que foi o ensino à distância durante a pandemia.
Mas parece que o professor tradicional está fora de moda, e para o futuro previsível vejo perfilarem-se duas tendências:
Para as elites, a revisitação do construtivismo, alunos a aprender segundo os seus interesses e inclinações, com muitos projectos e muita natureza, mas também professores de carne e osso a orientá-los e a suprir as falhas inevitáveis destes sistemas.
Para os pobres, a inteligência artificial, uma solução fácil (assim que os programas alcançarem um nível de desenvolvimento suficiente), barata (dispensam a maioria dos actuais professores) e que dá milhões (às empresas que desenvolvem o software).
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