Professor não entra

O prédio em Lisboa que estava praticamente pronto a receber professores deslocados continua inabitado, passados mais de sete meses. O objetivo era fixar docentes numa das áreas mais carenciadas da cidade, mas, quase no final de mais um ano letivo, os nove apartamentos continuam sem ser atribuídos.

O problema não é fácil de resolver, mas está identificado há muito tempo: não há, a residir na zona da Grande Lisboa, professores suficientes para as necessidades e o custo especulativo dos alojamentos impede que docentes de outras zonas do país venham leccionar para a capital. Uma das soluções a curto prazo para uma situação que deixa milhares de alunos sem aulas seria, obviamente, proporcionar habitação a custos acessíveis a professores deslocados. E até existem edifícios públicos que podem ser adaptados a este fim. Mas para isso seriam necessários governantes competentes, focados nos problemas reais que têm à sua frente e determinados a resolvê-los.

O caso agora relatado torna-se ainda mais revoltante quando se percebe que até se fez algo de concreto para tornar habitáveis os apartamentos que já deveriam estar ocupados por professores deslocados. Mas na hora das concretizações, os serviços públicos envolvidos preferem dedicar-se ao habitual jogo do empurra, atirando uns para os outros as responsabilidades que, vá-se lá perceber porquê, ninguém quer assumir.

O atual Ministério da Educação afirma que quem deve fazer a atribuição dos apartamentos é o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). Questionado pela SIC, o organismo alega que, até à data, não recebeu qualquer informação por parte da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) ou do Governo.

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