A luta continua, dizem os sindicatos

A proposta ministerial de uma recuperação “mitigada” do tempo perdido, que para a maioria dos professores se resume a um ano ou pouco mais, não é aceitável. Sobretudo quando se apresenta como solução final: aceitar esta esmola ministerial equivaleria a renunciar àquilo que a grande maioria dos professores continua a considerar um direito inalienável: ver reconhecido, em termos de carreira, todo o tempo que efectivamente trabalharam.

Há ainda a assinalar a forma displicente como o ME está a levar a cabo esta nova ronda negocial. Os sindicatos receberam o esboço de proposta do ministério na própria reunião, estando apenas previsto mais um encontro, já agendado para 5 de Abril, no qual o ministro pretende finalizar as supostas negociações. O intuito, obviamente, é nada negociar, e a expectativa será que a a alegada correcção de “assimetrias” entre a classe docente contribua para dividir e enfraquecer os professores e desmobilizar a sua luta. Uma jogada pouco sensata da parte de um ministério que deveria estar mais preocupado do que aparenta em devolver tranquilidade às escolas e dignidade e respeito aos professores e à sua carreira.

Assim sendo, a luta, obviamente, continua. Mantêm-se todas as acções de protesto e luta já marcadas tanto pela plataforma de sindicatos como pelo STOP, que continua a correr esta maratona com a sua agenda própria. A próxima semana, e o terceiro período, serão de intensificação da luta, assim queiram os professores, que nestas coisas terão sempre a última palavra.