Os pais de dois alunos de 5 anos do Centro Escolar de Riachos, Torres Novas, denunciaram “várias agressões” aos filhos, por outras crianças, acusando os responsáveis escolares de “nada fazerem”.
Ao CM, a coordenadora disse que “está a ser feito tudo” para resolver “situações de sala de aula”. “O meu filho é agredido com pontapés e murros, é ofendido ao máximo e sofre de racismo”, disse ao CM Flávio Salinas.
Duas jovens, de 16 e 17 anos, envolveram-se numa luta, motivada pelo que se pensam ser motivos amorosos, tendo a mais nova agredido a mais velha com um canivete, provocando-lhe um corte na orelha.
A altercação ocorreu por volta das 11 horas, desta terça-feira, 19 de Novembro, nas imediações da Escola Básica e Secundária de Salvaterra de Magos, onde as duas jovens estudam, tendo a jovem de 17 anos sido transportada ao Centro de Saúde de Salvaterra de Magos, onde foi assistida aos ferimentos sofridos durante as agressões.
Na Escola Eb. 2/3 de Fânzeres (Agrupamento de Santa Bárbara – Gondomar), no dia 6 de novembro de 2019, dois professores foram agredidos dentro do recinto escolar.
No primeiro caso, um aluno com antecedentes disciplinares dá um estalo a um professor de 62 anos de idade fugindo depois da escola.
No segundo caso, uma aluna apostou com as colegas que se tirasse negativa puxava o cabelo à professora. Tirou e puxou.
Ambos os alunos foram suspensos.
Já deu para perceber que, ao contrário do que afirma a propaganda governamental, a violência escolar está longe de ser um fenómeno “residual” ou circunscrito a um punhado de escolas que servem os bairros mais problemáticos dos principais centros urbanos. Também não é, felizmente, uma realidade do quotidiano da maioria das escolas portuguesas. O que aí domina, sim, é a pequena indisciplina, que quando não é controlada e combatida pode ser, também já se percebeu, o caldo de cultura que propicia incidentes mais graves.
Aqui, entram em jogo as direcções escolares e o próprio ME, que não actuam como deveriam nestas situações. Em nome de uma permissividade indevidamente associada à ideia de “escola inclusiva” e da preservação do que entendem ser a boa imagem das escolas, continuam a esconder-se e a desvalorizar-se agressões graves, não se punindo os agressores nem protegendo adequadamente as vítimas. O facto de serem cada vez mais frequentes as agressões a professores é um sintoma, não só que estes são cada vez menos respeitados e considerados por certas franjas da sociedade, mas também de um salto qualitativo no fenómeno da violência em meio escolar: um aluno que se atreve a bater num professor, o que não fará a um colega com quem se desentenda?…
Quanto aos professores, é ainda de notar que a falta de solidariedade das direcções e, por vezes, dos próprios colegas, leva a que, com demasiada frequência, o professor tenha vergonha de assumir sozinho que se foi maltratado, insultado e agredido. E passa por uma segunda humilhação que é constatar a impunidade do agressor.
Enquanto os responsáveis continuam a fingir que o problema da violência nas escolas não existe, ou não lhes diz respeito – talvez tencionem também passá-lo para as autarquias, à boleia da descentralização de competências! – é importante continuar a denunciá-lo. A comunicação social tem estado, honra lhe seja feita, atenta aos casos que vão sendo conhecidos.
Mas há um esforço que deve ser feito pelos próprios professores e por todos aqueles que podem falar em seu nome. Entre todos, destaco o trabalho meritório e a todos os títulos exemplar do blogue ComRegras, que criou o Contador de agressões a docentes e não docentes e onde se vai mantendo um registo actualizado dos casos que vão sendo do conhecimento público e daqueles que lhes chegam através de denúncia.