Tal como já antevia, o mês de Fevereiro, no que às remunerações de dezenas de milhares de professores diz respeito, vai ser um verdadeiro bodo aos pobres, com alguns docentes a receber o equivalente a um mês suplementar de ordenado.
Não se trata, no entanto, de qualquer benesse eleitoral: nem um cêntimo irá ser pago indevidamente ou em resultado de súbitas medidas eleitoralistas. O que sucede é que o ministério andou meses – nalguns casos, um ano inteiro! – a protelar aumentos a que os professores , segundo a legislação vigente, tinham direito.
A decisão de concentrar no mês de Fevereiro a regularização todas as situações pendentes – progressões ao 5.º e ao 7.º escalão, “acelerador” de carreiras, reposicionamento dos docentes contratados nos novos escalões – com o pagamento dos retroactivos entretanto acumulados, tem tanto de eleitoralista como de abusiva. Espelha a displicência e a incompetência com que os serviços do ministério, e quem superiormente os tutela, insistem em tratar os professores.
No que respeita à próxima eleição do parlamento, seria esclarecedor, e facilitador, se os sindicatos fizessem um quadro comparativo com as propostas para a educação dos principais partidos (PS, PSD & CDS, PCP, BE, Chega) e divulgassem. Nem todos os cidadãos que integram a comunidade educativa leem programas partidários (e poucos partidos cumprem as propostas de campanha, mas isso é outra história…).
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