Numa conferência de imprensa no mínimo original, Mário Nogueira recorre a objectos do quotidiano para demonstrar as incongruências e injustiças que minam a carreira docente. As quotas na avaliação, as vagas para progressão, o tempo de serviço por recuperar, tudo isto retarda o desenvolvimento da carreira, de forma que, para a generalidade dos actuais professores, são necessários mais de 40 anos de serviço para progredir até ao topo.
Esta é uma realidade injusta, penosa e revoltante que os professores conhecem bem, mas que nem sempre corresponde à imagem exterior da profissão: para muitos, fruto de uma insidiosa campanha suja que deveria envergonhar os políticos de vários quadrantes que a foram promovendo, os professores ainda continuam a ser os privilegiados das “progressões automáticas”.
É preciso explicar que não é assim, recorrendo a linguagem e a exemplos que as pessoas entendam, num exercício que tem muito, também, de pedagogia. Quando se acusam os sindicatos, nem sempre com inteira justiça, de insistirem num discurso gasto e repetitivo, Mário Nogueira e a Fenprof ensaiam uma abordagem diferente, o que só pode ser de saudar.
Não deixes de ver a segunda parte do vídeo, com exemplos concretos e rostos que retratam a situação de muitos milhares, disponível aqui:
GostarLiked by 1 person
“O trabalho desenvolvido pelos nossos colegas do 1º Ciclo é de enorme importância. A nossa classe, bem desunida e discriminatória, é que tem o hábito de inferiorizar; ora os do pré-escolar e do 1º Ciclo pelos do 2º e 3º Ciclos; ora estes últimos pelos colegas do Secundário; ora todos estes, pelos colegas do ensino superior. Não existe uma consciência da enorme importância na “construção” do indivíduo desde os “alicerces” até ao “telhado” em todas as suas dimensões. Há que reconhecer que a formação de qualidade começa a ser feita a montante.” Carlos Santos
GostarGostar
GostarGostar
“Curiosidades”
A Carreira Docente está pejada de aberrantes situações . Uma delas é esta: para ascender ao topo da carreira nem sequer é necessário ser … Professor !!
Já agora : esta criatura está a dirigir-se a quem? A adultos ou a crianças da escola primária?
GostarLiked by 1 person
Infelizmente, quando vejo este senhor só me ocorre a imagem do hamster a correr na roda.
Mexe-se muito mas não sai do mesmo sítio.
GostarGostar
Palhaçada para justificar já não dar aulas há 30 anos.
GostarGostar
Sindicato especialista em artes cénicas.
GostarGostar
A explicação passou ou não passou?
Para quem está por dentro da coisa já é complicado. Imaginem para quem está totalmente fora.
GostarGostar
É verdade, e não é só de agora, que o sentimento de descrença é dominante na apreciação que a maioria dos professores faz das iniciativas sindicais, em particular no que à Fenprof diz respeito.
Mas há algo que me deixa perplexo: se há um vazio tão grande na acção sindical, se existem tantos outros sindicatos docentes e inteira liberdade para, a todo o momento, criar mais um, como se viu recentemente com o STOP, porque é que nenhum sindicato ou sindicalista ocupa esse vazio, com iniciativas ou acções em que os professores se revejam?
Haverá várias respostas possíveis para esta interrogação, mas provavelmente nenhuma delas é muito abonatória para a classe docente.
GostarGostar
Identidade profissional, precisa-se!
Enquanto o ” estatuto” nada distinguir e os Ajuntamentos de escolas não passarem de uma mixórdia, adeus ! Da creche ao Liceu – todos “colegas”! ! Por indecoroso, jamais usaria, obviamente, a tal expressão em vernáculo para caracterizar “isto” . Mas, dentro da mixórdia, não é possível adquirir uma verdadeira identidade profissional como existe nas clássicas profissões liberais. E depois dá nisto…
Com todo o respeito, uma educadora ou um regente escolar podem “representar” um Professor do Liceu? O contrário também seria absurdo. Um enfermeiro “falar” em nome dos médicos? Um agente técnico “falar” em nome do engenheiro?O contabilista “falar” em nome do economista? O desenhador “falar” pelo arquitecto? Perguntem-lhes …
E que tal um madraço de poucas letras ter o descaramento de se arvorar em representante de uma classe profissional maioritariamente universitária? E a mesma classe maioritariamente universitária identificar-se com um tal qualquer coisa? Insólito, não?!
Solução ( em linguagem vulgar) : “cada macaco no seu galho”.
GostarGostar
Oh maria e se fosses dar banho ao cão?
Tu e os que em ti se possam rever nessa postura parva de altivez, como se uma formação universitária, só por si, fosse o bastante para separar as águas entre os bons e os maus profissionais, entre os letrados e os iletrados, e te pudesse conferir um suposto grau de superioridade.
Há muito bom profissional sem formação universitária, mas com formação superior, no pré, primeiro e segundo ciclos. E já não há regentes pá, há muitos anos.
Chega de vires para aqui começar frases “Com todo o respeito” para descambares logo a seguir e destratares todos aqueles que consideras inferiores.
Chega de rebaixar colegas e dizeres que a carreira única é uma aberração.
Este tipo de carreira está instituída em praticamente metade dos países europeus, como já uma vez te fiz ver aqui através de um estudo internacional que mencionei e até deixei link.
Oh senhora professora do liceu, ainda não percebeste que tu é que és a aberração?
Vai-te tratar e chamar madraço ao teu tio.
GostarLiked by 1 person
Deu-lhe para a nostalgia e para lembrança da juventude em que foi professor!
Uma vez professor, professor para sempre?
O importante é como chegámos aqui, e convém salientar que todos somos responsáveis principalmente os generais.
A reitora já anda a lavar a roupa suja. Que cada um assuma as suas culpas e sem apego ao passado lute para tornar a carreira docente mais justa.
GostarGostar
Excelente resposta.
Não há pachorra para os saudosistas do liceu.
É que se ainda tivessem resultados decentes para apresentar (resultados fantásticos no secundário), mas nada disso, o que vamos constando é a fuga dos alunos e das famílias das escolinhas pseudo-liceais, a maioria das quais com resultados muito piores do que as escolas da periferia.
GostarGostar
As posições cimeiras nos rankings desses pseudo-liceus são conseguidas, não por serem melhores do que as escolas públicas da periferia, mas a poder de doses massivas de explicações que os alunos recebem fora da escola. No secundário, este é um factor ainda mais poderoso do que o contexto sócio-familiar. Mas há muita gente, incluindo na classe docente, que não está preparada para ter esta conversa.
GostarGostar
Esteve muito bem o Mário na explicação do fenómeno e ainda melhor esteve o RAP na sua amplificação.
GostarGostar