Fenprof rejeita acordo com o Governo

Além dos sindicatos da Fenprof, também STOP, SPLEU, ASPL e Pro-Ordem rejeitaram a proposta de acordo para a recuperação do tempo de serviço que a FNE e outros sindicatos subscreveram. A principal razão, depreende-se, tem a ver com o não acautelar alguma compensação para os professores à beira da aposentação, no topo da carreira ou perto de lá chegarem. Estes docentes pouco ou nada beneficiarão das medidas agora acordadas.

A Fenprof critica também a precipitação da FNE e demais signatários do acordo com o ministro, deixando a maior organização representativa de professores perante o facto consumado. Aqui, Fernando Alexandre conseguiu já uma vitória que João Costa nunca alcançou: dividiu ao meio o movimento sindical docente. Na perspectiva da Fenprof, haveria ainda margem para melhorar a proposta ministerial, rejeitando o acordo e fazendo o pedido de uma negociação suplementar, para a qual o governo seria desafiado a uma ainda maior aproximação às reivindicações sindicais.

Aos jornalistas, à saída de uma reunião com o ministro, esta terça-feira, o líder da Fenprof revelou ter informado o ministro que o sindicato “não assinará um acordo com este texto”. “Não o assinamos, não porque não reconheçamos que há aqui aspetos em que houve evolução da parte do Ministério da Educação. Contudo, há aspetos que não nos deixam assinar este acordo e que, aliás, até nem percebemos como alguém o pode assinar”, continuou Mário Nogueira, referindo-se às restantes organizações sindicais do setor – entre elas a FNE – que assinaram acordo com a tutela esta terça-feira.

Já o ministro, depois de ter saudado o acordo com alguns sindicatos e anunciado o custo das medidas – 300 milhões de euros após a recuperação total do tempo de serviço – critica a actuação da Fenprof, insinuando má-fé da organização no processo negocial e subordinação a outros interesses que não os dos professores:

Questionado acerca da Fenprof, com quem ainda vai reunir esta terça-feira, Fernando Alexandre declarou que “a Fenprof nunca foi parte da solução”.

“Nós esperamos que possa ser, mas nunca foi. A Fenprof tem uma agenda muito própria, confesso que em muitas discussões eu muitas vezes tenho dúvidas que a educação seja de facto a sua grande preocupação, e mesmo os professores”, acusou o ministro da Educação.

Fernando Alexandre criticou ainda a postura da Fenprof, sublinhando que “tem que haver um esforço de aproximação e não podemos, quando resolvemos um problema, colocar outro em cima da mesa sistematicamente, de forma a que nunca se resolva nada”.

Procurando respostas para o que fazer a seguir, o STOP anunciou que, como sempre defendeu, qualquer acordo com o MECI terá de ter a concordância dos professores nas escolas. Quanto à Fenprof, irá realizar esta noite um plenário online para informar sobre o decorrer das negociações e ouvir as questões e as propostas dos professores.

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