A página satírica Jovem Conservador de Direita foi apagada definitivamente do Facebook esta semana. Acusado de “incentivar o ódio”, um dos responsáveis pela publicação alerta para os limites à liberdade de expressão que o “ataque” do Facebook representa.
Com mais de 54 mil seguidores, o Jovem Conservador de Direita foi vítima de um novo um apagão digital. Se, no primeiro, que aconteceu depois de uma série de publicações sobre o Partido Nacional Renovador (PNR), o Facebook voltou a colocar a página disponível, desta vez foi diferente.
“Fizemos um post de elogio fúnebre ao engenheiro Belmiro de Azevedo e, pouco tempo depois, recebemos uma série de denúncias”, explica um dos responsáveis pela página, ao “JN”.
Depois de a publicação ter sido apagada da conta, os administradores fizeram um recurso à rede social. O posto voltou a ser colocado do feed, mas foi novamente apagado. “Finalmente, recebemos uma resposta, em que o Facebook justifica o apagão por se tratar de uma página que usa um tipo de discurso que incentiva o ódio”, diz. “Sendo esta uma página satírica, que pauta pela ironia, olhamos para esta resposta com uma boa dose de humor”, aponta.
Uma das coisas que mais me assusta no novo mundo tecnológico em que mergulhamos ávida e despreocupadamente é a ilusão de que os instrumentos, as tecnologias e os novos poderes emergentes são libertários, democráticos, solidários e partilhados. Na verdade, mesmo uma rede social omnipresente como o Facebook, onde julgamos poder dizer tudo o que queremos, vigia constantemente o que vai sendo publicado, eliminando o que, nem sempre com critérios claros e bem assumidos, considera violador das suas regras de conduta. Além disso, à maneira das polícias políticas dos regimes ditatoriais, incentiva os utilizadores a denunciar contas e publicações que considerem inadequados. A diferença é que, perante um regime político repressivo, os defensores da liberdade unem-se em sua defesa. Já numa rede social, que aparenta ser um espaço público mas é, na verdade, para todos os efeitos, propriedade privada, não há muito que os cidadãos possam fazer para combater o poder discricionário dos censores.
Vem tudo isto a propósito de uma das mais interessantes, criativas e originais páginas surgidas nas redes sociais nos últimos tempos: o Jovem Conservador de Direita. Com um perfil construído a partir do estereótipo de um jotinha dum partido de direita, jovem ambicioso e de boas famílias, o JCD escreve textos irónicos e satíricos, mas sempre corteses e respeitadores: sr. dr. para cá e para lá. Mas apesar do tom leve e bem humorado consegue ser bastante incisivo no apontar das hipocrisias e contradições do discurso das direitas. E foi provavelmente a eficácia corrosiva da página que mobilizou gente de direita para a campanha de denúncias que levou os responsáveis do Facebook, mais interessados em ganhar dinheiro do que alimentar polémicas, a eliminar a conta.
Contudo, o Jovem Conservador de Direita mantém-se activo, e espero que assim continue, no Twitter, onde o acompanho há alguns meses. Aqui fica o convite para uma visita e, em jeito de homenagem, a reprodução de alguns dos tweets mais recentes e inspirados…
Na democracia ideal só existe um partido. O líder é tão competente que as pessoas sentem que não vale a pena votar noutros partidos. Eu posso ser esse lider para Portugal. E a trabalhar em part time. Não vou sair da Goldman só para ser primeiro ministro de Portugal.
As pessoas deviam festejar o Natal por turnos para evitar congestionamentos nas superfícies comerciais. As famílias de ateus podiam festejar o aniversário do Dr. Ricky Gervais ou do dr. Nietzsche. Se não acreditam no Dr. Jesus também não festejam o aniversário dele.
Estado social do futuro: os cidadãos que precisam de ajuda abrem campanhas de crowdfunding e os contribuintes escolhem aqueles que querem beneficiar com o dinheiro dos seus impostos.
Parabéns ao Dr. Ricardo Araújo Pereira por ter abandonado a sua “carreira” de humorista e por se ter tornado no Dr. Nuno Rogeiro do assunto ‘politicamente correcto’.
Sou pela meritocracia da internet. Sites úteis de empreendedorismo ou tutoriais de Excel devem ter prioridade em relação a sites que só servem para perder tempo e prejudicar a produtividade como sites porno ou vídeos de gatinhos.
A Presidente da Raríssimas exigia ser tratada por Doutora. Um excelente sinal de liderança. Se permitirmos que um subalterno nos trate pelo nome, em pouco tempo está a mandar-nos tirar fotocópias.
Estão a atacar a Presidente da Raríssimas por receber muito dinheiro. O verdadeiro altruísmo paga-se bem. Se queremos pessoas competentes a praticar o bem temos de lhes pagar. Fazer o bem não pode ser um exclusivo de pessoas que não conseguem arranjar empregos a sério.
As pessoas que se recusam a acreditar em Deus contra todas as evidências vão sentir-se tão estúpidas quando morrerem. Deve ser para se rir da cara deles nesse momento que Deus criou os ateus.
No tempo do Dr. Pedro Passos Coelho, o Dr. Gaspar e a Dra. Maria Luís também podiam ter ido para o Eurogrupo, mas preferiram salvar Portugal.
A esquerda não gostava do Dr. Belmiro Azevedo, mas a verdade é que deu mais emprego nas suas lojas a licenciados em ciências sociais do que a FCT e o Boaventura Sousa Santos juntos.
Estão a acusar-me de brincar com a morte do Dr. Belmiro de Azevedo. Que ridículo. É claro que não estou a brincar. Infelizmente, o Dr. Belmiro faleceu mesmo.
O Dr. Belmiro de Azevedo era tão a favor da meritocracia que escolheu o Dr. Paulo de Azevedo como sucessor. Mesmo apesar de ser filho dele.
A Dra. Popota agora fica livre para assinar pelo Pingo Doce?
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