Associar o bem-estar emocional às condições objectivas e materiais de cada pessoa contribuirá muito mais para detectar a origem dos problemas e as possibilidades de melhoria do que esta psico-patologização absurda, alimentada de auto-ajuda, auto-culpabilização e narcisismo alienante.
Por vezes um sindicato, um acordo, uma negociação colectiva, boas condições laborais e direitos adquiridos fazem mais pela saúde mental das pessoas do que mil livros de auto-ajuda e mil cursos de mindfulness.
Pois claro!
O stress que os professores (neste caso) sentem cada vez mais pode baixar as defesas do organismo e aumentar problemas do sistema imunológico, o que favorece o aparecimento de vários tipos de doenças como hipertensão, diabetes, patologias cardíacas, burnouts, depressões e doenças do foro oncológico.
Os exercícios referidos no 1º parágrafo podem ajudar mas não são a cura para o problema.
Refiro(e creio que não é a 1ª vez) um diálodo com uma médica há uns anos:
– “Vocês professores andam sempre a queixar-se que estão cansados e com stress!” da consulta individual
– “Experimente ter aqui uma turma de cerca de 30 alunos no seu consultório. Mande deitar uma jovem na marquesa e explique a toda a turma o que estão a ver no écran. Espere por piadas várias e esteja pronta para referir por n vezes que o que estão a ver não são as trombas de falópio mas as trompas de falópio. Após 50 ou 90 minutos mande entrar a próxima turma e repita tudo. Três ou quatro turmas seguidas. Peça relatórios e trabalhos aos alunos e passe o fim de semana a corrigi-los. Preencha grelhas de avaliação e esteja pronta para reuniões.”
E pronto. Nem foi referido o preço a pagar por uma consulta no privado porque já era demais….
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