Continuar as greves

O STOP continua imparável na dinamização dos professores dispostos a prosseguir, nas escolas, a luta pelos seus direitos e aspirações. Ao contrário da Fenprof, que procura encontrar formas de protesto que envolvam o maior número possível de docentes, o STOP adoptou decididamente um conceito vanguardista de luta sindical: em vez de ficar à espera da presença de todos, é preferível avançar com poucos, mas bons – ou seja, resolutos, determinados, destemidos – esperando que, encorajados pelo exemplo destes valentes, cada vez mais colegas lhes sigam o exemplo e se juntem à luta.

Para hoje, a concretização de uma iniciativa que já tinha ficado planeada antes do Natal: um encontro nacional de representantes das escolas onde a greve por tempo indeterminado convocada pelo STOP tem tido expressão. Trata-se agora de trocar ideias e experiências, eventualmente afinar e coordenar formas de luta de forma a surtirem o máximo de efeito com o mínimo de prejuízos financeiros para os professores envolvidos.

É uma dinâmica interessante, que aparentemente está a desassossegar os responsáveis ministeriais e a quebrar uma certa modorra que se vinha instalando no sindicalismo docente tradicional. No caso da Fenprof, o dinamismo e a crescente capacidade de mobilização evidenciados pelo STOP colocam a organização perante um inevitável dilema: até quando vão continuar a ignorar a força e a representatividade crescentes do mais novo sindicato dos professores? Até quando durarão as convergências e compromissos com sindicatos fantoche, que pouco ou nada mais representam do que os interesses dos seus dirigentes, em detrimento de quem, para o melhor e o pior, procura de facto dar voz e força aos professores – no fundo a essência do autêntico sindicalismo?…

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