As reuniões de pais no ambiente virtual do Whatsapp podem ter potencialidades interessantes para a participação dos pais na vida escolar, sobretudo nos primeiros anos de escolaridade. Mas o que se vai vendo cada vez com mais frequência é o uso desregrado e abusivo desta ferramenta, potenciando conflitos, intrigas, maledicências. E quando os professores, sem negociarem regras nem imporem limites aos pais mais atrevidos, aceitam entrar na dança, candidatam-se a serem eles o bombo da festa nas desavenças entre os pais e a escola. Uma notícia recente do Expresso dá alguns exemplos de como mal-entendidos, quezílias mal resolvidas, pequenos desentendimentos entre os miúdos que os pais distorcem e amplificam, tudo isto pode criar um péssimo ambiente, gerado a partir destas reuniões de pais em funcionamento permanente.
Basta conhecer um pouco do funcionamento das redes sociais para perceber como informações erradas ou ironias mal compreendidas podem originar azedas discussões e trocas de insultos, gerando uma escalada que, se estivessem a falar presencialmente e com contacto visual, provavelmente nunca sucederia. Tudo isto acaba por fazer parte, também, do legado da pandemia: a necessidade de manter por meios digitais o contacto que deixou de ser possível de modo presencial criou hábitos, e nalguns casos vícios, difíceis de abandonar.
Ainda assim, sobretudo quando se tem o sentido de humor da Txitxa, é sempre possível brincar um bocadinho com isto tudo. Porque sábio é o povo que nos ensina que tristezas não pagam dívidas e rir é, muitas vezes, o melhor remédio para tantas coisas…
