A anunciada falta de professores, problema negligenciado durante anos, mas em relação ao qual não têm faltado avisos por parte das escolas ou das organizações de professores, parece ter tomado conta da agenda educativa para os próximos tempos.
O problema é sério, tem causas profundas e coloca-se de forma distinta no curto e no médio/longo prazo. No entanto, as análises que vão ganhando espaço na comunicação social tendem a ser simplistas e a focar apenas alguns aspectos da questão. À medida que se vão ligando elementos dispersos, começa a perceber-se que, mais do que preocupados com os alunos sem professores, algumas das personalidades e organizações que se vão posicionando neste terreno têm ideias ou interesses claros relativamente à formação de professores.
Nada melhor do que a percepção generalizada de que a formação de professores que temos actualmente não responde, em qualidade e quantidade, às necessidades actuais e futuras de docentes, para abrir caminho à entrada de novos parceiros, nacionais e internacionais, num negócio prometedor. A Teach For Portugal já anda há uns anos a tentar entrar nas escolas públicas portuguesas pela porta do cavalo, mas outros candidatos se perfilam.
Nem de propósito, numa rotineira operação de limpeza às contas de email, deparei-me com uma nota de imprensa, que chegou ao correio do blogue há cerca de mês e meio, e a que na altura não dei grande importância. Mas que agora ganha outro significado quando vemos ressurgir David Justino, professor da Universidade Nova, como promotor e divulgador de um estudo fortemente crítico do actual sistema de formação de professores. Fica um excerto da missiva, entretanto publicada nalguns sites especializados, e digam lá se isto não anda tudo ligado…
[…] O negócio da formação de professores […]
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Pois isto anda tudo ligado. Há dias a Dra Susana Peralta já lançava para o ar a ideia de usar o Teach For Portugal para suprimir as necessidades de professores.
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