Em comunicado, a Fenprof sublinha que a falta de docentes tem um carácter estrutural – não sendo um problema momentâneo nem susceptível de ser resolvido com uns “remendos” criados à pressa – e é fruto de um conjunto de factores, entre os quais se destacam o envelhecimento da classe – com o aumento do número de aposentações e baixas prolongadas – e os elevados níveis de exaustão de muitos profissionais, que a sobrecarga de trabalho e as condições desgastantes em que é exercido só vêm agravando.
Há várias coisas que têm de ser feitas para reverter o plano inclinado em que resvala a profissão docente, mas substituir os professores por robôs, como alguns em cenários futuristas se vem anunciando, não é uma delas, seguramente. O que é necessário, no imediato e a médio e longo prazo, é restaurar a atractividade da profissão de professor. Precisamos de fazer regressar às escolas milhares de professores habilitados que abandonaram o ensino no tempo da troika e, em simultâneo, de atrair mais e melhores candidatos aos cursos de formação de professores, de modo a acautelar a substituição geracional que, de forma intensa, se irá verificar nas escolas ao longo da próxima década.
Claro que tudo isto só se consegue combatendo a precariedade, abrindo o acesso aos quadros, tornando mais justos e transparentes os concursos e as progressões na carreira e melhorando substancialmente os horários e as condições de trabalho nas escolas. A verdade é que se exige hoje demasiado aos professores em comparação com o pouco que se lhes dá. E enquanto este equilíbrio não for restabelecido continuaremos a ter, e cada vez mais, carência de professores.
One thought on “30 mil alunos com falta de professores”
Sem dúvida que o António tem carradas de razão, os diagnósticos são amplamente conhecidos e as soluções idem. Então caberia perguntar porque não se faz o que toda a gente sabe ser indispensável?? Aqui entra a questão política com todo o seu peso. Creio estar no ADN dos partidos no governo a degradação deliberada do sistema educativo. Os factos o indicam. Para chegar aonde? Talvez o Costinha ou o nazizinho possam eventualmente responder, se souberem….
Sem dúvida que o António tem carradas de razão, os diagnósticos são amplamente conhecidos e as soluções idem. Então caberia perguntar porque não se faz o que toda a gente sabe ser indispensável?? Aqui entra a questão política com todo o seu peso. Creio estar no ADN dos partidos no governo a degradação deliberada do sistema educativo. Os factos o indicam. Para chegar aonde? Talvez o Costinha ou o nazizinho possam eventualmente responder, se souberem….
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