A problemática contratação de professores para substituições ao longo do ano, através das chamadas reservas de recrutamento, surge hoje em destaque nas páginas do Público.
Está o sistema de recrutamento a corresponder às necessidades, ou continuaremos a assistir ao aumento de situações de turmas sem professores? Aparentemente, aplica-se aqui o dilema do copo meio cheio ou meio vazio, consoante a perspectiva. Foram colocados agora menos docentes do que na semana passada. Contudo, garante o ME, a maioria das vagas a concurso foi preenchida. Resta saber quantos aceitarão efectivamente a colocação e sobra o problema de fundo: as reservas de recrutamento são, este ano, insuficientes para dar resposta às vagas que irão inevitavelmente surgir. Pelo que se trata apenas de saber quando ocorrerá a previsível ruptura, sendo certo que, quantos mais docentes forem colocados agora, menos haverá para colocar nas próximas semanas.
E porque é tão difícil colocar professores nalgumas zonas do país, que já nem sequer são os concelhos mais isolados do interior, como sucedia tradicionalmente, mas sim a própria capital, os concelhos circundantes e a cosmopolita região algarvia? A resposta está na concentração da grande maioria dos candidatos à docência nas regiões norte e centro do país. Ir trabalhar para Lisboa ou para o Algarve representa uma despesa incomportável, tendo em conta o elevado custo da habitação e o facto de a maioria dos horários a concurso serem incompletos, com o que isso significa em termos de redução salarial.
No Algarve, além dos preços elevados, surge um outro problema: no final da Primavera, quando chegam os turistas, os senhorios querem as casas para alugar aos veraneantes e os professores são postos na rua sem apelo nem agravo…