A segunda parte do guia breve, mas útil, que nos ajuda a transpor para língua de gente as palavras novas que se inventam globalmente para designar coisas mais velhas do que a Sé de Braga. São incensadas por muitos mas, chamadas pelos seus verdadeiros nomes, poucos as querem para si ou para aqueles que prezam.
Traduzido e adaptado duma sequência de tweets de Pascual Gil Gutiérrez.
Gerir as desigualdades: | aceitar as desigualdades. |
Desregulamentar: | desproteger. |
Parceria público-privada: | desmantelamento do sector público e capitalismo de amigalhaços. |
Mercado: | novo Deus (e ainda para mais o chunga, o do Antigo Testamento). |
Transição eco-sustentável: | jorro de milhões de dinheiro público sobre empresas privadas para que não reduzam os seus lucros. |
Mercado de trabalho dinâmico: | ir saltando entre empregos precários e desemprego ao longo da vida. |
Minijob: | trabalhas e és pobre. |
Pós-verdade: | mentira. |
Relativismo: | sucessão de mentiras. |
Gestão/inteligência emocional: | alienação e adaptabilidade a um sistema insano. |
Sindicato: | gri, gri, gri, gri… |
“Esquerda”: | Fina camada de verniz legitimador de um sistema antropófago. |
Influencer: | novo apóstolo. |
Democracia: | idiocracia e timocracia (poder dos idiotas e dos influentes). |
Capital humano: | antes dizíamos pessoas. |
Externalizar: | privatizar. |
Mobilidade externa: | emigração por razões económicas. |
Adaptar o sistema educativo ao sistema produtivo: | há demasiados universitários num país de empregados de mesa. |
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