Quando começarão os ventos da modernidade, do respeito e da igualdade a arejar, finalmente, todos os cantos e recantos das universidades?
É inaceitável e inqualificável que, após décadas de democracia, de gestão autónoma e de internacionalização, ainda subsistam mestres intocáveis que não encontram melhor forma de afirmação do que a humilhação dos seus alunos. Neste caso, nem se pode sequer invocar a vetustez da instituição, pois a Faculdade de Direito é quase tão jovem como a maior parte dos alunos: tem apenas 26 anos.
Cabe agora aos responsáveis da faculdade, além de esclarecer os contornos da situação denunciada, tomar medidas para que comportamentos abusivos e discriminatórios não voltem a ocorrer.
É ousado chamar a isto machismo. Só temos um lado da história.
Depende mesmo da forma como a aluna estava vestida. Há uma dignidade das instituições e dos locais que deve ser respeitada.
Vale tudo? É isso? Seja aluna, ou seja aluno pode vestir-se (ou despir-se) como entende num local público, neste caso uma instituição pública de ensino?
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Infelizmente, em casos como este, é muitas vezes necessária a denúncia pública, ainda que ouvindo apenas um dos lados, para que o outro lado se digne pronunciar-se. Caso contrário, é o habitual refúgio no não sei de nada, não vi nada, não é nada comigo, e esperar que tudo caia no esquecimento.
Agora é claro que não devemos ir para a faculdade como se fôssemos para a praia ou para a discoteca. Na falta de um dress code, impõe-se de parte a parte o necessário bom senso.
Ainda assim, noto que quando o calor aperta este tipo de situações surgem também nas escolas básicas e secundárias onde, regra geral, se resolvem sem autoritarismos nem fundamentalismos.
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Se é machismo ou não, não sei. Que é pura prepotência, não tenho dúvida. Trata-se de abuso de autoridade. Querer interditar um estudante de realizar uma prova é inaceitável. Tanto é que, por força da pressão dos outros alunos, o venerando professor emendou a mão.
Se um estudante aparecesse de calções de praia, não seria adequado, também. Mas, como refere António Duarte, a instituição é omissa quanto ao código de vestuário. Assim, só numa situação extrema é que se pode bloquear o exercício do direito dos alunos a realizar uma prova ou a assistir a uma aula. Devia ser óbvio.
A hipótese de machismo, não é descabida, no entanto, é melhor perceber melhor os contornos da situação. De resto, é preciso ter em conta que as sensibilidades variam muito quanto ao que é decente ou não decente, pelo que tudo isto devia estar regulado, para bem de todos, inclusive dos docentes. Apesar de nunca falar abertamente do assunto com as minhas alunas, confesso que não me sinto confortável quando elas vêm mais decotadas ou com saias muito curtas ou aberta — não por qualquer moralismo, mas porque passo a policiar o meu olhar, quero dizer, passo a colocar-me a questão: será que ela pensa que estou a olhar para ela, que é como estou a olhar para os outros, com segundas intenções?
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He for She… Isso não é demasiado binário?
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Pois… assim parece!…
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