Um resultado tão expectável quanto inconclusivo, tendo em conta as condições que foi feita a testagem. Optou-se por testes rápidos, que geralmente não detectam doentes assintomáticos. E tanto se adiou a aplicação dos testes que, quando ela finalmente se fez, já as escolas tinham passado ao regime não presencial. Ou seja, o valor agora divulgado não reflecte a realidade de escolas a funcionar em pleno. Muito menos serve para confirmar ou refutar o mito de que as escolas são lugares seguros.
Quando a política de “testar, testar, testar” estava na ordem do dia, nunca o reforço da capacidade de testagem foi encarado como uma verdadeira prioridade. A dada altura, alimentou-se mesmo a ilusão de que quanto menos se testasse, menos casos positivos se registariam e melhor seria o desempenho do país no combate à covid-19. Uma ideia absurda e perigosa, que contribuiu para os números catastróficos da pandemia no passado mês de Janeiro.
Agora, creio bem que já passou o tempo dos testes em massa. Independentemente da sua utilidade na detecção, rastreio e vigilância de novos casos, vencer a pandemia passa pela vacinação generalizada da população. E é nisso que os responsáveis políticos e autoridades de saúde nacionais e europeus se devem focar. Só com a construção de uma sólida imunidade de grupo será possível o regresso gradual à normalidade nas nossas vidas. E isso só se conseguirá quando formos capazes de imunizar mais depressa do que o vírus consegue contagiar.