Eis uma realidade que seria impensável vermos há um ano atrás: alunos a exigir, em protesto silencioso mas eloquente, a reabertura das escolas encerradas, reivindicando o direito a aulas presenciais.
Apesar dos elogios que se teceram, no início do confinamento, ao ensino à distância apoiado nas novas tecnologias – houve quem falasse de uma revolução educativa imposta pelas contingências da pandemia – a verdade é que as aulas virtuais depressa mostraram as suas limitações. Que se tornam mais evidentes no caso dos alunos mais novos, dos que têm menor autonomia e dos que carecem de apoios educativos individualizados.
Entre nós, o confinamento escolar foi hipótese liminarmente descartada no arranque do novo ano lectivo. A consciência da fragilidade da solução encontrada para “salvar” o ano de 2019/2020, a incapacidade de equipar todos os alunos e professores com os dispositivos necessários ao ensino online e sobretudo a impossibilidade de manter os pais novamente em casa a tomar conta dos filhos, tudo isto ditou a opção clara pela reabertura plena das escolas – embora com os inevitáveis confinamentos parciais impostos pelo alastrar da pandemia.
No entanto, corresponder à exigência da Anita e de todos os meninos e meninas que querem e precisam da escola implica mais do que boa vontade: passa também por fazer das escolas espaços seguros para todos, para que não se transformem em novos focos de propagação da pandemia. E aqui, há que reconhecer, ficámos aquém do que se deveria ter feito…