Entre os cerca de mil profissionais já identificados para assegurar este apoio estarão, segundo o Governo, 128 professores sem componente lectiva atribuída – provavelmente docentes dos chamados horários-zero ou destacados ao abrigo da mobilidade por doença a quem não foram atribuídas turmas.
Uma medida adequada, que só peca por tardia: tudo isto deveria ter sido planeado antes do desconfinamento, da chegada do tempo frio e da reabertura das aulas, com o inevitável aumento da pressão sobre serviços de saúde há muito a funcionar no limite das suas capacidades.
No caso dos professores, impõe-se uma ressalva: a medida não deve ser aplicada cegamente. Há que ter em conta que, mesmo sem turmas atribuídas, há docentes que estarão a ser úteis e imprescindíveis às respectivas escolas, no apoio a alunos ou no desenvolvimento de projectos e outras tarefas relevantes para a comunidade educativa.
Longe da solução ideal que passa pela capacidade de planear e gerir adequadamente os recursos humanos de que o SNS necessita, a solução de recurso agora encontrada poderá melhorar a capacidade de resposta nos rastreios e vigilâncias da covid-19, uma área crucial no controle da pandemia e onde se registam actualmente demasiadas falhas. A verdade é que médicos e enfermeiros não se inventam de um dia para o outro, pelo que, na sua falta, resta agora recorrer a profissionais de outras áreas para todo o apoio que possam prestar. Ou, como diz a sabedoria popular, quem não tem cão caça com gato…