Escolas fechadas até final de Abril

marcelo_rebelo_de_sousa_997045[1]Afinal não foi o ministro da Educação, nem qualquer autoridade de saúde, nenhum dos directores escolares que, nestas alturas, gostam de se pôr em bicos dos pés. Foi o próprio Presidente da República que anunciou solenemente o que, na verdade, já toda a gente sabia: até ao final do mês não haverá condições para reabrir as escolas.

O Presidente da República indicou esta terça-feira que as escolas deverão continuar encerradas pelo menos até ao final do mês de abril, mas destacou a “tendência positiva” da pandemia em Portugal.

“Se queremos ganhar a liberdade em maio precisamos de a ganhar em abril”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no final da reunião técnica com as autoridades de saúde, no Infarmed, em Lisboa.

Questionado sobre a manutenção do encerramento das escolas durante este mês, o Presidente afirmou que “isso pode depreender, obviamente. Não haverá, mas daquilo que disseram os especialistas a opção a fazer é ganhar em abril o mês de maio” e isso significa “manter este esforço durante o mês de abril”, acrescentou o chefe de Estado, lembrando que cabe ao primeiro-ministro anunciar essa decisão no dia 09 de abril.

Nas declarações do Presidente também se lê o amplo consenso de regime em torno da reabertura das escolas em Maio, apenas para os alunos do secundário. A preocupação com os exames nacionais, mesmo em tempo de pandemia e de isolamento social, sobrepõe-se a tudo, e pode levar à insensatez de fazer das comunidades escolares as cobaias de um experiência social de regresso à normalidade.

Em complemento das declarações presidenciais, o JN apresenta hoje um panorama dos diversos cenários em estudo para o terceiro período e tenta encontrar respostas para as perguntas que, por estes dias, todos vamos fazendo:

O QUE FALTA DECIDIR ATÉ QUINTA-FEIRA

Que alunos devem regressar às escolas?

A proposta em cima da mesa prevê o regresso dos alunos do 12.º ano à escola, apurou o JN. Os do Básico, do 1.º ao 9.º, devem manter-se com ensino à distância até final do ano letivo. Falta decidir relativamente aos do Pré-Escolar e restantes do Secundário, incluindo cursos profissionais que têm aulas práticas.

Todos os exames vão realizar-se?

Os do 12.º que determinam o acesso ao Ensino Superior são a prioridade. As provas de aferição do Ensino Básico (2.º, 5.º, e 8.º anos) podem ser suspensas, assim como as provas nacionais de Português e Matemática do 9.º, a manter-se o ensino à distância. O regresso às aulas do 11.º ano será determinante para a realização dos exames.

Como será a avaliação no 3.º período?

É uma pergunta ainda sem resposta. A manter-se o ensino à distância, os professores vão ter de diversificar os instrumentos de avaliação pelas tarefas pedidas aos alunos online. Critérios como a participação, assiduidade ou empenho manifestado pelos alunos, que já são tidos em conta, podem vir a ter outro peso. O apoio dos pais na execução das tarefas também deverá ser ponderado.

Quando arranca a telescola?

A transmissão de conteúdos para os alunos do 1.º ao 9.º, na RTP Memória, por TDT ou cabo, também ainda não tem data definida para arrancar. É a solução para se chegar aos alunos sem Internet ou computador em casa. Os professores, frisa Manuel Pereira (ANDE), precisam dessa grelha de programação para alinharem o planeamento das aulas.

14 thoughts on “Escolas fechadas até final de Abril

  1. Continuo a não entender a Lei de uns…
    Pois o que eu tenho em LBSE nada diz de exames, testes…
    Se existir alguém que me diga onde tal está inscrito em Lei…então eu calo-me…

    Gostar

    • A realização de exames é matéria omissa na LSBE; consta dos decretos que tratam da avaliação nos ensinos básico e secundário.

      Em relação aos exames do secundário, o problema em acabar com eles reside no facto de estarem há muitos anos a ser usados principalmente, não para certificar aprendizagens, mas para seriar candidatos ao ensino superior. Se acabassem, passaria a haver ainda menos equidade e justiça no acesso às universidades, pois sabemos que os critérios de avaliação variam de escola para escola. Sendo que algumas, sobretudo privadas, inflacionam-nas notoriamente…

      Gostar

      • Os tais decretos…são decretos lei?
        Se são omissos…e somos submissos…vamos continuar…a fazer…o que as editoras querem…
        Eu cá não fiz exames de secundário….
        Fiz uma prova de acesso e pronto…mas mesmo assim…nem frequentei a disciplina…estudei em casa…
        Não será hora de criar algo decente e actualizado…
        Andamos nesta estúpida caminhada vai para 150 anos…
        Tenhamos juízo…
        Eu não tive esses tais problemas e jugo que ninguém os teve na década de 90…entre 93 e 98…no mínimo…
        Assim sendo, vejamos de quem é a responsabilidade dessa tal equidade…e demais…das universidades…certo? E não são elas que não preenchem as vagas, que ficam com vagas por preencher…então? Desta vez com tal livre acesso …que está consagrado na Constituição…
        Oh, António tenho apenas 20 anos de serviço…estou parado por rebeldia…e vou continuar rebelde até ter o que José Pacheco e Agostinho da Silva sonharam…
        E a lei lá está do nosso lado…

        Gostar

        • 20 anos de serviço? Assim sendo, já tem idade para ter juízo e aprender a escrever.

          Agostinho da Silva era um diletante, José Pacheco é um ortodoxo… é só ir ver os resultados da sua pregação no Brasil: para a felicidade ser total, só faltam as papoilas.

          Portafolhas… KKKKKKKKKKKKKKKKKK

          Se não fosse trágico, era matéria para rir.

          Gostar

          • Ora, ora…
            Ficou irritado…
            Portfolios…
            Erro é para quem anda a aprender e um professor…anda sempre a aprender e a errar…
            Ficou irritado…
            Dois Professores…que foram e são Professores.
            Prove o contrário…mas prove a sério, sem baboseiras…
            Não lhe posso dizer dizer o mesmo…se o é…
            Não faltei ao respeito a si e à ninguém…
            Li os comentários deste blogue com algum amargo por vivermos num retângulo de um país tão triste.
            Um país que Faz legislação e não a aplica.
            Um país que Vive de mordomias e que calam as vozes de alguma razão…
            Pois fique com a sua sensação de que é o melhor Kamishibai de uma estória certa para uma escola que colapsou no primeiro susto…
            Não tenho nada…nada sei…apenas sou Ser humano…e você é algum Leão? Já agora aproveito para que procure a história infantil para esta questão…

            Gostar

          • Fico sempre irritado na presença da leviandade e da falta de inteligência e senso, disfarçadas de um progressismo e de uma modernidade ocas e balofas.

            Sou pai, pelo que nesse sentido sou professor dos meus filhos. Já o Rafael, como se permite ser professor se erra tanto no uso da língua portuguesa? Como pode o sistema de Educação português ter nas suas fileiras alguém que escreve com erros como V. Ex.ª escreve?

            De facto, tendo a concordar consigo: há que derrubar um sistema de ensino que permite que ensinem professores que tratam a nossa língua como Sua Senhoria.

            No comentário anterior, não fui mal educado consigo: se Sua Alteza Real não sabe escrever corretamente, quer o quê? Louvores?

            Sobre os dois professores, respondo-lhe da seguinte forma: São Paulo, a cidade, não o apóstolo.

            Gostar

          • Claro que sim…o ano zero aplicado na universidade Católica.
            Como fazem na Noruega…
            Acho…
            Sou pai e estou de licença sem vencimento para estar com os meus filhos…seria capaz de tal façanha…

            Gostar

          • A UCP criou o ano zero para permitir a frequência de determinados cursos a alunos que não possuíam determinadas disciplinas / quesitos.

            A Noruega não tem um modelo definido de acesso ao ensino superior. Cada universidade possui alguma liberdade nessa área, porém a candidatura está condicionada à aprovação em exames finais do que eles designam por Ensino Médio.

            Louvo muito a sua dedicação aos filhos. É sinal também de que pode. O Zé pedreiro já não dispõe dessa possibilidade, pois correria o risco de morrer à fome. Ele e os filhos. Neotontos…

            Gostar

        • Eu não sou um fundamentalista dos exames. Acredito que há formas muito melhores de avaliar e de motivar para aprender do que estudar para um exame. E até me espanto como é que universidades e escolas superiores de educação de onde partem tantas pedagogias alternativas continuam a recorrer tanto, portas adentro, aos malfadados exames para avaliar os seus próprios alunos.

          Quanto aos exames do secundário e à entrada para o superior, a realidade é o que é. Claro que se pensarmos apenas nos cursos de formação de professores e outros de reduzida procura, poderiam acabar de imediato com os exames: entra quem tiver concluído o secundário e está feito

          Noutras áreas, é diferente. Imagine que tem mil vagas anuais nos cursos de Medicina do país e dez mil candidatos a querer entrar. Como é que decide quem entra e quem fica de fora? Consegue resolver este problema concreto acabando com os exames? Repare que eu também gosto da filosofia de Agostinho da Silva, só não lhe encontro aqui grande aplicação…

          Gostar

          • As universidades já avaliam de outras formas que não apenas através dos exames.

            Não vou estar aqui com sofismas, pelo que adianto já que vou caricaturar, mas… por exemplo, o professor Agostinho da Silva, que vivia num mundo muito seu, defendia que a escola do futuro, isto é, a dos tempos atuais, não serviria para formar profissionais, pois as profissões iriam acabar, mas para fornecer uma formação que possibilitasse viver no ócio.

            Sobre o professor Pacheco, tem um ego desmesurado e isso começa por dizer muita coisa. Mais: para alguém que coloca a ênfase num projeto de formação humanista, acaba por se revelar uma pessoa que só aceita UMA VERDADE – a dele – e insulta tudo e todos que não concordam consigo e com as suas ideias. O seu sucesso (?) resume-se a uma escola portuguesa – num contexto específico – e uma rede igualmente particular de escolas no Brasil, cujo (in)sucesso se enquadra perfeitamente no país de que falamos. Aconselho a leitura de estudos feitos, por exemplo, pela Universidade de Belo Horizonte sobre esta problemática.

            Como é que o António Duarte olha para um professor como o sr. Rafael, que anda pelas nossas escolas a ensinar erros aos alunos? Imaginemos que ensina (?) a crianças do primeiro ciclo: como se tolera que alguém esteja numa sala a ensinar erradamente os alunos, a escrever com erros? Como se pode tolerar isto? É óbvio que o processo de seleção de professores está errado, pois nenhum poderia exercer a profissão sem, por exemplo, dominar de forma superior a língua portuguesa.

            Gostar

  2. Eu sou pró-exames e não alinho em unicórnios, mas é evidente que as provas de aferição e os exames de nono ano já deveriam ter sido suspensos e os do secundário adiados… para já e os conteúdos que falta lecionar não seriam testados nos exames.

    Sejamos claros: o ambienta, qualquer que seja a solução, nunca será o ideal para estar a fazer disto algo próximo da normalidade.

    Sobre a escola da Ponte, cujos méritos se encontrarão mais facilmente nos anos iniciais de escolaridade, no final os alunos – alguns – também frequentam aplicadores. Parece que há momentos em que a matemática e a física não se compadecem com brincadeiras. Foi o que ouvi dizer…

    Mas é da pluralidade que nasce a riqueza.

    Gostar

Comentar

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.