Se não fossem os 9 anos e 4 meses de congelamento das carreiras, muitos mais docentes deveriam estar no topo da respectiva carreira.
Nas contas de sumir que habitualmente servem para destacar o elevado impacto salarial da classe docente omite-se quase sempre o reverso da medalha: os professores terão contribuído, mais do que qualquer outro grupo profissional da função pública, para o endireitar das contas públicas, ajudando a tapar os buracos financeiros que outros escavaram.
Da parte do actual governo é pouco digno quererem apresentar como uma benesse dada aos professores o reconhecimento, tarde e a más horas, do direito à sua carreira, depois de terem cumprido todos os seus deveres profissionais – tempo de serviço, avaliação, formação – e terem mesmo assim ficado impedidos de progredir.