A recuperação integral do tempo de serviço dos professores teria, segundo o Governo afirmou repetidas vezes, um custo anual de cerca de 630 milhões de euros. Mesmo a quem percebe pouco de finanças, como é o meu caso, mas ainda não esqueceu como se fazem as operações aritméticas básicas, o valor parece excessivo. A verdade é que os cálculos que o fundamentam nunca foram apresentados e nem mesmo o grupo de trabalho, criado na sequência da greve às avaliações, que deveria produzir uma estimativa rigorosa dos custos das progressões, apresentou quaisquer resultados.
Pois bem, o nosso colega Maurício Brito pegou em números que são do conhecimento público – quantos professores havia, no fim do período do congelamento, em cada escalão da carreira docente, e respectivos vencimentos – e colocou-os numa folha Excel. Simulou depois a progressão de dois escalões para todos os docentes, mesmo os que estariam, no 4.º e no 6.º, sujeitos a quotas.
Surpreendentemente, ou talvez não, os valores obtidos são muito inferiores à estimativa governamental: 481 milhões de euros de aumento da despesa bruta, que se reduzem a 232 milhões – ou seja, menos de metade – se tivermos em conta que grande parte dos aumentos se traduziriam em subidas nos escalões do IRS e maiores descontos para a CGA. Mesmo não considerando estes últimos, a despesa não iria além dos 290 milhões.
Os resultados e o ficheiro Excel em que se baseiam as contas foram ontem publicados n’O Meu Quintal. Aqui, além de agradecer ao Maurício Brito e ao Paulo Guinote a iniciativa e a sua divulgação, dou o meu contributo para algo que exorto todos os professores a fazer também: partilhar e divulgar, fazendo chegar estes números ao maior número possível de pessoas.
Quando quem governa recorre à desinformação, à ocultação de dados e à mentira para defender as suas posições, isso só se combate eficazmente pela divulgação dos factos e pela defesa intransigente da verdade, do direito à informação e da transparência na relação do poder político com os cidadãos.
prometida comissão de especialistas que o governo iria formar (com contribuição dos sindicatos ou com conhecimento – para garantir transparência no processo) para estudar o caso (custo) das progressões dos professores, caso fossem contabilizados todos os anos de serviço! Até hoje!!! Continuam uns a mandar uns milhões para cima (governo) e outros (Sindicatos) uns milhões para baixo. PORQUE É QUE NEM UNS APRESENTAM os resultados desse estudo e OUTROS NÃO os EXIGEM?
https://duilios.wordpress.com/2019/01/22/menos-politiquice-mais-luta-sindical/
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Esta informação foi transmitida na AR, durante a audição da ILC.
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Exacto, esqueci-me de o referir.
E foi muito oportuno terem-no feito…
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[…] a recuperação integral e imediata do tempo de serviço dos professores. 50 vezes, ou mais, se fizermos nós as contas a partir dos números […]
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[…] dos 600 milhões de euros anuais, nunca foi cabalmente demonstrada e é notoriamente exagerada. Há uns tempos atrás, o Maurício Brito e mais alguns colegas empenhados em demonstrar a falsidade desses números, não […]
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[…] públicos. Quanto aos meios, uma folha de excel daria bem conta do recado: em 2019, um grupo de professores usou dados disponíveis publicamente sobre o número de docentes posicionados em cada escalão e a […]
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